Avaliação pós-vacinal - O que sabemos e qual o papel dos diferentes testes sorológicos? - Perguntas & Respostas

Saiba mais sobre o alto valor clínico do ensaio Access SARS-CoV-2 IgG, uma vez que detecta anticorpos contra a proteína spike do vírus que pode ter maior probabilidade de conferir imunidade.

Podemos encontrar resultados não reativos em testes de IgG mesmo após PCR negativo (30 dias após) e após a vacinação, é possível observar resultados negativos para sorologia?
Sim. Alguns pacientes com PCR negativo após infecção buscam testes sorológicos e tem resultados negativos discordantes entre diferentes testes. Mesmo após a vacina também ocorre. Mas, lembrem-se que mostrei na aula que há a imunidade humoral que medimos em laboratório e a imunidade celular que não temos como medir.

Tem-se observado diferentes resultados para sorologia para determinados pacientes quando se compara os ensaios disponíveis no mercado (exemplo: ensaios que usam nucleocapsídeo X ensaios que usam Proteína Spike). A que se deve esse comportamento?
Pacientes que tiveram infecção, tem sorologia positiva para Anti N ou Anti S. Pacientes vacinados com Oxford Astrazeneca somente Anti S. Vacinados com Coronavac, vírus inteiro Anti N e Anti S. Porem lembrar que as respostas imunológicas são individuais, pessoas podem produzir maior ou menor títulos e eles podem não ser detectáveis nos diferentes testes. Em geral segundo estudo da Science viram que o anticorpo Anti N cai o título mais rapidamente. Porém, às vezes anticorpos totais são mais detectáveis do que anticorpos mais específicos como Anti S porem que temos em menor quantidade do que os não neutralizantes (Anti N).

Tive COVID há 2 meses (RT PCR positivo). Realizei minha sorologia com teste de anticorpos totais que deu anticorpos totais positivo. Quando realizei a sorologia IgG deu negativo. Há explicação para isso?
Sim. Anticorpos totais inclui IgG, IgM, anticorpos ligantes e por isso às vezes são mais sensíveis.

Com os testes disponíveis no mercado, que tipo de teste você indicaria para ser realizado para avaliar resposta vacinal?
Neste momento não recomendamos nenhum teste para avaliação pós-vacinal pois ainda precisamos entender com as vacinas disponíveis na nossa população, a maioria Coronavac os estudos ainda nem estão disponíveis. Nos estudos internacionais como mostrei na aula realizaram IgG anti Spike na maior parte deles.

Qual é o papel do teste de neutralização (Elisa) para a resposta vacinal? O teste PRNT pode ser utilizado para essa função?
O teste de Elisa funcional, neutralização, não foi utilizado nos estudos de fase 3 de resposta vacinal, portanto não temos como avaliar quais níveis poderiam sugerir eficácia de resposta vacinal. O teste de PRNT é o ensaio clássico que determina presença de anticorpos neutralizantes, mas não é útil em larga escala, e, também não temos definido um cut off de eficácia.

Podemos comparar resultados de testes sorológicos com testes para a detecção de anticorpos neutralizantes? Se sim, com qual metodologia empregada para a detecção de anticorpos neutralizantes?
Estes dados são escassos na literatura. Alguns estudos para avaliação de plasma de doadores utilizaram PRNT.

Fiz as 2 doses de Coronavac, a segunda há 24 dias. Fiz sorologia IgG e acusou não reagente 0,16. Devo fazer IgG Anti Spike?
Dependendo da sorologia que você fez talvez vale a pena realizar com teste Anti Spike diferente. Como disse pouco sabemos da resposta vacinal principalmente com a vacina CORONAVAC e estes sorológicos na população geral.

Uma pessoa foi infectada e produziu IgM. Um mês após a IgM negativou. Após a vacinação haverá produção de IgM ou só IgG?
Os estudos de resposta vacinal só avaliam IgG. Até porque a IgM pode ser falso negativo mesmo em indivíduos nunca infectados.

Conhece algum teste para avaliar resposta celular?
Sim IGRA, ELISPOT, porém não são testes disponíveis no mercado.

Na sua opinião, a não resposta humoral anticórpica mais de (por exemplo 4 meses) após uma vacina, seria indicado nova tentativa de imunização? Se sim a mesma ou outro mecanismo?
Ainda não sabemos esta resposta. Principalmente com as nossas vacinas aqui no Brasil.

Assista ao webinar completo no nosso canal do YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=_0lc9UEeAfQ

SOBRE A DRA. NANCY BELLEI

Graduada em Medicina (1987), mestre (1993) e doutora (1998) em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Unifesp - Universidade Federal de São Paulo, onde atualmente é professora afiliada, médica e pesquisadora. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Infectologia e Virologia Clínica. Membro da International Society of Influenza and Respiratory Viruses Diseases. Consultora ad-hoc Ministério da Saúde -SVS para pandemia de coronavírus e consultora científica OPAS/Covid-19

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